Informatio
28(2), 2023, pp. 33-50
ISSN: 2301-1378
DOI: 10.35643/Info.28.2.11

Dossier temático «Alfabetización en información: perspectivas y desafíos»


 

Competência em Informação e Mediação da Informação à luz do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 4 – Educação de Qualidade: a perspectiva da prática em bibliotecas

Alfabetización Informacional y Mediación de la Información a la luz del Objetivo de Desarrollo Sostenible (ODS) 4 – Educación de Calidad: la perspectiva de la práctica en las bibliotecas

Information Literacy and Mediation of Information and Sustainable Development Goal (SDG) 4 – Quality Education: the perspective of practice in libraries

Camila Araújo dos Santos1 ORCID: 0000-0002-0957-7012

1 Universidade Estadual de Londrina (UEL). Correo electrónico: camilaar_santos@uel.br

Resumo

O artigo parte da questão: como as bibliotecas podem fomentar e mediar o uso da informação para que os sujeitos a apliquem criticamente a favor de sua transformação, inclusão e justiça cultural, social, informacional, cívica e laboral? Traçamos como objetivo compreender de que maneira a Competência em Informação e a Mediação da Informação, como Ações Críticas de Interferência, cristalizam-se em ações práticas ofertadas por bibliotecas a partir dos relatos do Library Map of the World da International Federation of Library Associations and Institutions no âmbito do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 4 - Educação de Qualidade da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas. Para tanto, consultamos 8 iniciativas referentes ao ODS 4 da Seção Sustainable Development Goals Stories do Library Map of the World daIFLA e as inter-relacionamos com as temáticas sobre Competência em Informação e Mediação, que nos revelou que ambas, como Ações Críticas de Interferência, no âmbito da prática, se cristalizam na concepção de cultura em que as ações educativas para o desenvolvimento/aprimoramento de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores sejam consoantes ao que representa e ao que tem sentido, valor e significado cultural e social aos sujeitos. Na prática, as Ações Críticas de Interferência se configuram em atividades educacionais formativas integradoras mediadoras que levam em conta a cultura da pessoa. Isso significa que a escolha de abordagens didático-pedagógicas, tipo de conteúdo (temas), recursos, espaços, materiais e dentre outros, são elementos que devem tangenciar as práticas culturais das pessoas, de maneira que as ações mediadas de Competência em Informação tenham significado e sentido para sua aprendizagem, provendo-lhes criticidade, inclusão, justiça social, educacional, cívica e laboral e transformação social.

Palavras-chave: Competência em Informação; Mediação da Informação; Bibliotecas; Cultura; Pensamento crítico.

Resumen

El artículo parte de la pregunta: ¿cómo pueden las bibliotecas fomentar y mediar en el uso de la información para que los individuos la apliquen críticamente en favor de su transformación, inclusión y justicia cultural, social, informacional, cívica y laboral? El objetivo es comprender cómo la Alfabetización informacional y la Mediación Informativa, como Acciones de Interferencia Crítica, cristalizan en acciones prácticas ofrecidas por las bibliotecas a partir de los informes del Mapa de Bibliotecas del Mundo de la Federación Internacional de Asociaciones e Instituciones Bibliotecarias en el ámbito de los Objetivos de Desarrollo Sostenible (ODS) 4 - Educación de Calidad de la Agenda 2030 de Naciones Unidas. Para ello, consultamos 8 iniciativas relacionadas con el ODS 4 de la Sección de Historias de los Objetivos de Desarrollo Sostenible del Mapa de la Biblioteca del Mundo de IFLA y las interrelacionamos con los temas sobre Alfabetización informacional y Mediación, lo que nos reveló que ambas, como Acciones de Interferencia Críticas, en el ámbito de la práctica, cristalizan en la concepción de cultura en la que las acciones educativas para el desarrollo/mejora de conocimientos, habilidades, actitudes y valores están en consonancia con lo que representa y lo que tiene sentido, valor y trascendencia cultural y social para el asignaturas. En la práctica, las Acciones de Interferencia Crítica se configuran como actividades educativas integradoras, mediadoras y formativas que tienen en cuenta la cultura de la persona. Esto significa que la elección de enfoques didáctico-pedagógicos, tipo de contenidos (temas), recursos, espacios, materiales, entre otros, son elementos que deben tocar las prácticas culturales de las personas, para que las acciones mediadas por la Alfabetización informacional tengan significado para su aprendizaje, brindándoles criticidad, inclusión, justicia social, educativa, cívica y laboral y transformación social.

Palabras clave: Alfabetización informacional; Mediación de la información; Bibliotecas; Cultura; Pensamiento crítico.

Abstract

The article seeks to answer the question: how can libraries encourage and mediate the use of information so that individuals apply it critically in favor of their transformation, inclusion and cultural, social, informational, civic and labor justice? The objective is to understand how Information Literacy and Information Mediation, as Critical Interference Actions, crystallize into practical actions offered by libraries based on reports from the Library Map of the World of the International Federation of Library Associations and Institutions within the scope of Sustainable Development Goal (SDG) 4 - Quality Education of the United Nations 2030 Agenda. To this end, we consulted 8 initiatives related to SDG 4 from the Sustainable Development Goals Stories Section of IFLA’s Library Map of the World and interrelated them with the themes on Information Literacy and Mediation, which revealed to us that both, as Critical Interference Actions , in the scope of practice, crystallize in the conception of culture in which educational actions for the development/improvement of knowledge, skills, attitudes and values are in line with what represents and what has meaning, value and cultural and social significance to the subjects. In practice, Critical Interference Actions are configured as integrative, mediating, formative educational activities that take into account the person’s culture. This means that the choice of didactic-pedagogical approaches, type of content (themes), resources, spaces, materials, among others, are elements that must touch on people's cultural practices, so that the mediated actions of Information Literacy have meaning and meaning for their learning, providing them with criticality, inclusion, social, educational, civic and labor justice and social transformation.

Keywords: Information literacy; Mediation of information; Libraries; Culture; Critical thinking.

Fecha de recibido: 22/08/2023
Fecha de aceptado: 05/10/2023

1. Introdução

A velocidade com que a informação e o conhecimento são produzidos e disseminados têm alterado nossa compreensão e atuação enquanto sujeitos histórico-culturais em relação ao universo informacional, midiático e digital.

“Caminhar e sobreviver” nesse cenário tem sido desafiador: há uma demanda por um exercício constante da crítica, visto que os processos de globalização, a ascensão das tecnologias de informação e comunicação e a articulação política e econômica têm aberto cenários para o aumento do desemprego, da marginalização de grupos vulneráveis, do discurso de ódio e dentre outros.

Essa conjuntura nos tenciona a questionar: como as bibliotecas podem fomentar e mediar o uso da informação para que os sujeitos a apliquem criticamente a favor de sua transformação, inclusão e justiça cultural, social, informacional, cívica e laboral?

Mediante esse questionamento, traçamos como objetivo compreender de que maneira a Competência em Informação (CoInfo) e a Mediação da Informação, como Ações Críticas de Interferência, cristalizam-se em ações práticas ofertadas por bibliotecas a partir dos relatos do Library Map of the World (LMW)da International Federation of Library Associations and Institutions (IFLA) no âmbito do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 4 - Educação de Qualidade da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU, 2015).

Para verificar o proposto, consultamos as histórias relatadas na Seção Sustainable Development Goals (SDG) Stories do LMWda IFLAà luz do ODS 4 e as inter-relacionamos com a literatura sobre as temáticas – CoInfo e Mediação da Informação como Ações Críticas de Interferência – para obtermos um panorama holístico e crítico acerca do debate proposto.

2. Competência em Informação (CoInfo) e Mediação da Informação como Ações Críticas de Interferência

O contexto informacional, digital e midiático reconfigurou nossa “posição” e atuação em relação à compreensão e à intervenção do nosso papel na realidade: de consumidores, passamos a ser produtores de informação. Por esse efeito, a Association of College and Research Libraries (ACRL, 2016) cunhou a abordagem denominada de metaliteracy (meta-uso da informação) que se alinha com o conceito de metacognição cuja compreensão direciona sobre os “nossos próprios processos de pensamento. Ela se concentra em como as pessoas aprendem e processam informações, levando em conta a consciência sobre como elas aprendem” (Livingston, 1997 apud ACRL, 2016, pp. 9, tradução nossa).

A metaliteracy engloba os conhecimentos, as habilidades, as atitudes e os valores críticos e éticos que o sujeito deve apropriar para utilizar e criar informações em espaços colaborativos requerendo compromissos comportamentais, afetivos, cognitivos e metacognitivos com o ecossistema da informação (ACRL, 2016) e que pode ser desenvolvida por meio de ações educacionais formativas de Competência em Informação (CoInfo).

A CoInfo consiste em um processo de ensino-aprendizagem que busca desenvolver/aprimorar de modo integrado, articulado e transversal, conhecimentos, habilidades, atitudes e valores referentes à busca, à recuperação, à seleção, à avaliação, à produção, à comunicação e ao uso crítico, ético e responsável da informação em diversos ambientes informacionais, digitais e midiáticos para o engajamento cívico, o empoderamento, o exercício da cidadania, a tomada de decisão, a construção de conhecimento e de sentidos pelos sujeitos em sua vida pessoal, educacional e laboral (Santos, 2023).

Para as pesquisadoras Vitorino e Piantola (2011), a CoInfo engloba as dimensões técnica, estética, ética e política. A dimensão técnica relaciona-se às habilidades e aos instrumentos que permitem aos sujeitos encontrarem, avaliarem e utilizarem, de modo apropriado, a informação de que se necessitam (Vitorino & Piantola, 2011). A dimensão estética está ligada à “[...] experiência interior, individual e única do sujeito ao lidar com os conteúdos de informação e a sua maneira de expressá-la e agir sobre ela no âmbito coletivo (Vitorino & Piantola, 2011, pp. 104). A dimensão ética abrange o comportamento ético em relação ao uso da informação (Vitorino & Piantola, 2011). Já a dimensão política diz respeito à participação na construção coletiva da sociedade e ao exercício dos direitos e deveres do indivíduo (Farias & Vitorino, 2009, p. 8).

Em uma definição macro, o pesquisador colombiano Uribe Tirado (2009, pp. 12, grifo do autor) explana o conceito de CoInfo como sendo

[...] o processo de ensino-aprendizagemque busca que um indivíduo e seu coletivo, devido ao apoio profissional e de uma instituição educativa ou uma biblioteca, empregando diferentes estratégias de ensino e ambientes de aprendizagem (modalidade presencial, virtual ou mixta – blend learning), alcance as competências (conhecimentos, habilidades e atitudes) digitais, comunicacionais e informacionais, de forma que lhes permitam, depois de identificar suas necessidades informacionais, utilizando diferentes formatos, meios e recursos físicos, eletrônicos ou digitais, poder localizar, selecionar, recuperar, organizar, avaliar, produzir, compartilhar e divulgar (Comportamento informacional) adequada e eficientemente essa informação, com uma posição crítica e ética, a partir de suas potencialidades (cognitivas, práticas e afetivas) e conhecimentos prévios (outras competências), e alcançar uma interação apropriada com outros indivíduos e grupos (prática cultural/ inclusão social), de acordo com os diferentes papéis e contextos que assume (níveis de ensino, pesquisa, desempenho de trabalho ou profissional) e, finalmente, com todo esse processo, alcançar e compartilhar novos conhecimentos e ter as bases para o aprendizado ao longo (lifelong learning) da vida para benefício pessoal, organizacional, comunitário e social (evitando a brecha digital e informacional) antes às demandas da atual sociedade da informação.

A criticidade acerca do universo informacional, digital e midiático se mostra presente na definição sobre CoInfo de Uribe Tirado (2009) e compreendemos que ela se forma por meio de ações que englobam, além de diversas práticas em bibliotecas, a Mediação da Informação que, nos estudos de Almeida Júnior (2015, pp. 25, grifo nosso), trata de

Toda ação de interferência – realizada em um processo, por um profissional da informação e na ambiência de equipamentos informacionais –, direta ou indireta; consciente ou inconsciente; singular ou plural; individual ou coletiva; visando a apropriação da informação que satisfaça, parcialmente e de maneira momentânea, uma necessidade informacional, gerando conflitos e novas necessidades informacionais.

Para Almeida Júnior (2007, pp. 36), a informação é mediada pelo profissional da informação para que seja apropriada, visto que a apropriação “pressupõe uma alteração, uma transformação, uma modificação do conhecimento”.

A partir das discussões sobre Mediação e apropriação da informação, Belluzzo, Santos e Almeida Júnior (2014) afirmaram que a CoInfo faz parte da Mediação por tratar-se de uma ação de interferência, pois o sujeito internaliza e mobiliza suas habilidades e atitudes sobre o uso crítico da informação para a transformação de conhecimento a partir da mediação de ações educativas de CoInfo.

Em continuidade a essa reflexão, Almeida Júnior e Santos (2019, pp. 105, grifo nosso) pontuaram que a transformação do conhecimento é

a “atuação” mediada da CoInfo para o desenvolvimento do senso crítico em relação ao uso da informação. A CoInfo é uma ação crítica mediadora. A mediação é uma ação de interferência. Logo, CoInfo e Mediação são ações críticas de interferência que desenvolvem o uso crítico que um sujeito faz da informação para a transformação de seu conhecimento.

Partindo dessa concepção, em uma interface teórica, Almeida Júnior e Santos (2019) postulam que a CoInfo e a Mediação da Informação, enquanto Ações Críticas de Interferência, impulsionam uma postura investigativa e reflexiva dos sujeitos, trazendo-os ao campo metacognitivo sobre:

A CoInfo e a Mediação da Informação como Ações Críticas de Interferência promovem o “debate intelectual” que o sujeito faz sobre o que é importante ou não para si (Almeida Júnior & Santos, 2019), uma vez que, a partir de ações mediadas de CoInfo, articulam saberes, conhecimentos e experiências sobre os universos informacional, midiático e digital e os aplicam em sua vida cotidiana.

3. Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável (ONU): em pauta o Library Map of the World (LMW) da International Federation of Library Associations and Institutions (IFLA)

No ano de 2015, após intenso envolvimento e negociações de muitas partes interessadas, inclusive da IFLA (2017), os Estados Membros da Organização das Nações Unidas publicaram a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável que representa um “[...] plano de ação para as pessoas, para o planeta e para a prosperidade. Ela também busca fortalecer a paz universal com mais liberdade” (ONU, 2015, pp. 1). Contém 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas que buscam efetivar os direitos humanos, a saber: ODS 1. Erradicação da pobreza; ODS. 2 Fome zero e agricultura sustentável; ODS 3. Saúde e bem-estar; ODS 4. Educação de qualidade; ODS 5. Igualdade de gênero; ODS 6. Água potável e saneamento; ODS 7. Energia limpa e acessível; ODS 8. Trabalho decente e crescimento econômico; ODS 9. Indústria, inovação e infraestrutura; ODS 10. Redução das desigualdades; ODS 11. Cidades e comunidades sustentáveis; ODS 12. Consumo e produção responsáveis; ODS. 13. Ação contra a mudança global do clima; ODS 14. Vida na água; ODS 15. Vida terrestre; ODS 16. Paz, justiça e instituições eficazes; e ODS 17. Parcerias e meios de implementação. Esses objetivos são integrados e indivisíveis e mantêm-se em equilíbrio a partir das dimensões econômica, social e ambiental.

Considerando a relevância da Agenda 2030 para a paz, a justiça e a inclusão social, a IFLA (2017) publicou o documento “IFLA Toolkit: Libraries, Development and the United Nations 2030 Agenda” que aborda um conjunto de ferramentas e de estratégias que as bibliotecas podem utilizar para estabelecer parcerias e implementar os ODS da Agenda 2030 da ONU em serviços e produtos.

No referido documento, a IFLA (2017, pp. 5) pontua que os ODS são uma forma importante de promover o acesso e o uso à informação e às bibliotecas, visto que “apoia a erradicação da pobreza, a agricultura, a educação de qualidade, a saúde, o acesso público às TIC e a prestação de serviços universais, a cultura, o crescimento económico e todos os outros Objetivos”.

Com o lema de que as bibliotecas são as principais promotoras e provedoras de acesso gratuito a todos os tipos de informação para todos os cidadãos, a IFLA criou o Mapa da Biblioteca do Mundo (Library Map of the World -  LMW) em 21 de agosto de 2017 como uma fonte representativa que fornece estatísticas sobre o número de bibliotecas, o número de bibliotecas que fornecem acesso à internet, o número de funcionários, voluntários, usuários e visitantes registrados e o número de empréstimos de bibliotecas nacionais, acadêmicas, públicas, comunitárias, escolares e especializadas (IFLA, 2023).

O Library Map of the World da IFLA vem sendo criado em parceria com pessoas, associações de bibliotecários, bibliotecas nacionais e organizações e instituições de apoio à bibliotecas, de todo o mundo, que colaboram enviando dados e histórias.

Atualmente, o LMWapresenta 3 tipos de conteúdo: a) Dados: fonte estatística sobre bibliotecas de diversos países e tipologias de bibliotecas; b) Perfis de países: informações sobre o ambiente das bibliotecas, política e legislação, educação para a profissão e eventos nacionais em cada país; e c) História dos ODS: coleção de histórias inspiradoras sobre programas ofertados pelas bibliotecas que contribuem para a efetivação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e que impactam, positivamente, na vida das pessoas e de suas comunidades (IFLA, 2023).

A Sustainable Development Goals (SDG) Stories da IFLA caracteriza-se como uma plataforma que congrega relatos inspiradores de bibliotecas que utilizam os ODS da ONU em programas. As histórias permeiam ações como: acesso público à informação e formação em novas habilidades e serviços que oferecem às pessoas melhores condições de melhorar suas vidas; acesso público à informação sobre saúde, agricultura resiliente e produtiva, água e saneamento, mudanças climáticas e biodiversidade; espaço seguro para mulheres e meninas se reunirem e discutirem sobre direitos e saúde, desenvolverem habilidades em TIC e em empreendedorismo; espaço cívico seguro para o aprendizado de pessoas de todas as idades; infraestrutura com internet de alta velocidade para realização de pesquisas; acesso a dados e a conhecimento que apoiam pesquisas, governos, instituições e pessoas (IFLA, 2023)

4. Trajetória Metodológica

Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, pois “objetiva obter uma compreensão particular do objeto que investiga. Como focaliza sua atenção no específico, no peculiar, seu interesse não é explicar, mas compreender os fenômenos que estuda dentro do contexto em que aparecem” (Marconi & Lakatos, 2022, pp. 298, grifo nosso) do tipo descritivo-exploratória apoiada em pesquisa bibliográfica. Qualifica-se como pesquisa bibliográfica, pois analisamos material de uma instituição do movimento associativo já publicado e disponibilizado na internet para consulta pública (Gil, 2022), ou seja, as experiências das bibliotecas do Library Map of the World da IFLA.

O universo permeia 8 iniciativas referentes ao ODS 4 – Educação de Qualidade da SDG do Library Map of the World da IFLA das 41 existentes (até a finalização do estudo em foco) de 28 países que ofertam ações informacionais, sociais, educacionais, de advocacy, de inclusão e de justiça.

Para a seleção das 8 iniciativas, realizamos a leitura completa das 41 histórias e selecionamos aquelas que possuem relação com a definição de CoInfo e Mediação da Informação como Ações Críticas de Interferência de Almeida Júnior e Santos (2019).

Após a aplicação desse critério, selecionamos as histórias dos seguintes países: Tunísia, Cuba, Argentina (Mar del Plata), Chile, Sri Lanka, Irlanda, República da Croácia e Áustria.

Pontuamos que trata-se de uma pesquisa descritiva, porque visa proporcionar maior familiaridade com o problema a fim de torná-lo mais explícito. Caracteriza-se também como pesquisa exploratória, pois busca descrever as características de um fenômeno (Gil, 2019). No presente estudo, configura-se como descritiva, pois apresentamos um panorama sobre as histórias do ODS 4 - Educação de Qualidade do Library Map of the World da IFLA e sua relação com a CoInfo e a Mediação da Informação. É um estudo exploratório porque traçamos como essas histórias configuram-se em Ações Críticas de Interferência realizadas em bibliotecas.

Vale ressaltar que o Library Map of the World da IFLA foi selecionado como objeto de análise por considerarmos a atuação e a representatividade da IFLA como uma voz global em prol do advocacy do profissional bibliotecário e da mobilização de bibliotecas fortes e unidas que viabilizam condições de formar sociedades alfabetizadas, informadas e participativas (IFLA, 2019).

5. Resultados

Para compreendermos, ainda que não de maneira conclusiva, como a CoInfo e a Mediação da Informação se cristalizam em Ações Críticas de Interferência no universo da prática em bibliotecas, apresentamos o tipo de programa e a(s) temática(s) abordada(s) nas 8 histórias do ODS 4 - Educação de Qualidade do LMWda IFLA e as relacionamos com os conhecimentos, as habilidades e as atitudes dessas Ações Críticas a partir da perspectiva de Almeida Júnior e Santos (2019), tal como se elucida no Quadro 1.

Quadro 1 – Competência em Informação e Mediação da Informação como Ações Críticas de Interferência: o viés da prática

Países Tipo de Programa e temáticas abordadas nas histórias do Library Map of the World da IFLA Competência em Informação e Mediação da Informação como Ações Críticas de Interferência: conhecimentos, habilidades e atitudes informacionais

Tunísia

Tipo de programa: Clube de alfabetização em habilidades digitais com ênfase na aprendizagem inclusiva ao longo da vida, igualdade de gênero, acesso a empregos decentes e desenvolvimento econômico para mulheres analfabetas.

Temáticas: Informática, Internet e Plataformas de Mídias Sociais.

- Uso de computadores, scanners e planilhas;

- Busca por informações em fontes confiáveis;

- Produção crítica de conteúdos em redes sociais.

Cuba

Tipo de programa: Programa BiblioSIDA com oferta de boletins, artigos científicos e guias médicos, conferências e apresentações com especialistas, debates de filmes, jogos didáticos, concursos e chamadas de trabalhos artísticos para adolescentes cubanos.

Temática: Saúde sexual e reprodutiva.

- Busca por informações em fontes confiáveis;

- Comunicação e uso críticos da informação.

Argentina – Mar del Plata

Tipo de programa: Projeto de alfabetização para leitura e escrita e oficinas de direitos cívicos para mulheres ciganas.

Temáticas: Alfabetização, Saúde, Inclusão Social e Consciência Cívica.

- Busca por informações em fontes confiáveis;

- Avaliação crítica da informação;

- Comunicação e uso críticos da informação.

Chile

Tipo de programa: Bibliotecas Itinerantes que oferecem ações de leitura e escrita, de consciência ambiental, de habilidades de pesquisa e de Competência em Informação para pessoas em situação de rua.

Temas: Alfabetização e Consciência Ambiental.

- Reconhecimento da necessidade da informação;

- Avaliação, comunicação e uso crítico da informação;

- Comunicação e uso críticos da informação.

Sri Lanka

Tipo de programa: Programa de formação para a inclusão no mercado de trabalho e abertura de microempresas para pessoas desempregadas.

Temáticas: Transformação digital, Empreendedorismo, Desenvolvimento web, Liderança, Resolução de problemas e Pensamento crítico.

- Reconhecimento da necessidade da informação;

- Busca por informações em fontes confiáveis;

- Avaliação, comunicação e uso crítico da informação;

- Comunicação e uso críticos da informação.

Irlanda

Tipo de programa: Programa de desenvolvimento de habilidades informacionais direcionado a alunos de Mestrado.

Temáticas: Agricultura e Alimentação.

- Reconhecimento da necessidade da informação;

- Busca por informações em fontes confiáveis;

- Avaliação, comunicação e uso crítico da informação;

- Comunicação e uso críticos da informação.

República da Croácia

Tipo de programa: Programa Literatura Verde que conecta literatura, histórias pessoais e poesia com desenvolvimento sustentável para alunos do ensino primário e médio.

Temática: Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

- Reconhecimento da necessidade da informação;

- Busca por informações em fontes confiáveis;

- Avaliação, comunicação e uso crítico da informação;

- Comunicação e uso críticos da informação.

Áustria

Tipo de programa: Projeto C3-Library busca desenvolver habilidades de pesquisa e de engajamento no debate público para alunos do ensino médio.

Temática: Desenvolvimento sustentável.

- Reconhecimento da necessidade da informação;

- Busca por informações em fontes confiáveis;

- Avaliação, comunicação e uso crítico da informação;

- Comunicação e uso críticos da informação.

Fonte: elaborado pela autora

A partir do Quadro 1, podemos traçar considerações relevantes sobre essas histórias. Um fator unânime em todas elas diz respeito à sensibilidade que as pessoas bibliotecárias tiveram ao contextualizar os processos de CoInfo e de Mediação da Informação como Ações Críticas de Interferência de acordo com o contexto cultural das pessoas.

Cultura diz respeito a “significados compartilhados” (Hall, 1997) e depende “que seus participantes interpretem o que acontece ao seu redor e “deem sentido” às coisas de forma semelhante” (Hall, 2016, pp. 20). Os significados culturais não estão, tão somente, em nossas cabeças, eles operam por meio de práticas culturais, ou seja, quando as pessoas de uma mesma cultura dão sentido a acontecimentos, a objetos e a indivíduos (Hall, 2016).

Hall (2016, pp. 21, grifo nosso) aponta que somos nós que conferimos significados por meio de referências de interpretação aos objetos, às pessoas e aos eventos, visto que “damos sentido às coisas pelo modo como as utilizamos ou integramos em nossas práticas cotidianas”.

A cultura vincula-se às práticas que não são geneticamente programadas em nós, mas sim àquelas “que carregam sentido e valores para nós, que precisam ser significativamente interpretadas por outros, ou que dependem do sentido para seu efetivo funcionamento. Ela é o que diferencia o elemento “humano” na vida social daquilo que é biologicamente direcionado” (Hall, 2016, pp. 21, grifo do autor).

Para o sociólogo, o sentido é o resultado de como representamos as coisas com as palavras que usamos para nos referirmos a elas, “[...] as histórias que narramos a seu respeito, as imagens que dela criamos, as emoções que associamos a elas, as maneiras como as classificamos e conceituamos, enfim, os valores que nela embutimos” (Hall, 2016, pp. 21, grifo nosso).

Partindo da premissa de que os significados culturais resultam de nossas práticas culturais, logo, é possível verificar que as 8 histórias do ODS - 4 alinharam-se à concepção de Cultura de Hall (1997, 2016).

Ao lançarmos nosso olhar ao tipo de programa, às temáticas abordadas e ao público-alvo atendido das histórias analisadas, fica evidente que as pessoas bibliotecárias compreenderam que, para desenvolver/aprimorar conhecimentos, habilidades, atitudes e valores da CoInfo que sejam significativos e que conferem sentido ao aprendizado das pessoas, é primordial estruturar e mediar ações educacionais e informacionais que pertençam ao contexto cultural e social delas.

A título de exemplificação, vejamos a história da República da Croácia: as pessoas bibliotecárias utilizaram histórias pessoais para desenvolver o uso crítico de informações - CoInfo - sobre desenvolvimento sustentável.

A Mediação da Informação e a CoInfo, como Ações Críticas de Interferência, “proporcionam um exercício de reflexão sobre como se constrói o conhecimento:  o sujeito reconhece a dinâmica do universo informacional a partir da comparação e questionamentos que realiza das informações absorvidas pelas experiências vivenciadas” (Almeida Júnior & Santos, 2019, pp. 106-107).

Tal assertiva é evidente na história da Áustria, em que as atividades educacionais são estruturadas e mediadas para que os alunos utilizem informações para o engajamento cívico em debates públicos. Na Irlanda, os alunos de Mestrado são inseridos em ações formativas de busca, recuperação, avaliação, comunicação e uso críticos de informações sobre agricultura e alimentação para apoiar o setor agrícola do governo.

Em Cuba, conferências e apresentações com especialistas, debates de filmes e jogos didáticos, por exemplo, são ações de Mediação da Informação que despertam o pensamento crítico de adolescentes sobre a importância de buscar e utilizar informações confiáveis sobre saúde sexual.

Na prática, a CoInfo e a Mediação da Informação, enquanto Ações Críticas de Interferência, se configuram em atividades educacionais formativas integradoras mediadoras que levam em conta a cultura da pessoa. Isso significa que a escolha de abordagens didático-pedagógicas, tipo de conteúdo (temas), recursos, espaços, materiais e dentre outros, são elementos que devem tangenciar as práticas culturais das pessoas, de maneira que as ações de CoInfo tenham significado e sentido para sua aprendizagem, provendo-lhes inclusão social, educacional, laboral, cívica e de justiça – o protagonismo.

Nas Ações Críticas de Interferência, deve-se ter uma

confabulação entre sujeito, informação e mundo. Para esta confabulação ter sentido e significado, a Competência em Informação, enquanto processo crítico de interferência e de ensino-aprendizagem sobre o universo informacional, fornece as condições ideais para o desenvolvimento da criticidade do “eu” com o mundo. É por meio do uso crítico, histórico e ético da informação que se constrói um espaço articulado de questionamentos, de movimento sensível de ideias (Santos & Sant’Ana, 2022, pp. 7-8).

O postulado por Santos e Sant’Ana (2022) vai ao encontro com a história da Argentina, cujas bibliotecas itinerantes oferecem ações de leitura e de escrita, desenvolvimento de habilidades e de atitudes da CoInfo (inclusão e justiça social) para pessoas em situação de rua.

As Ações Críticas de Interferência – CoInfo e Mediação – também conjugam com a máxima de Paulo Freire: o inacabamento do ser humano, ou seja, o caráter inconclusivo e próprio de nossa existência (Freire, 2020). Para o educador e filósofo, ensinar exige consciência do inacabamento, uma vez que a humanidade e os conhecimentos que nós produzimos são dinâmicas imperfeitas, limitadas e sempre estão em desenvolvimento. Para o autor, nada que é vivo está cristalizado, moldado, há sempre transformação.

CoInfo e Mediação, na perspectiva freiriana, faz conexão à história da Tunísia, em que pessoas desempregadas e mulheres analfabetas têm acesso à Ações Críticas de Interferência que lhes conferem uma formação integral com ênfase na aprendizagem inclusiva ao longo da vida e estudam igualdade de gênero, acesso a empregos decentes e desenvolvimento econômico.

É importante ressaltar que todas as histórias analisadas permearam conhecimentos, habilidades e atitudes informacionais das dimensões técnica, estética, ética e política da CoInfo (Vitorino & Piantola, 2011). Embora o uso de computadores e de planilhas, o uso das TIC, a busca em fontes, a avaliação e o uso da informação estiveram presentes em todas as histórias analisadas, é válido pontuar que, ainda que façam parte das dimensões técnicas e éticas, não menos importantes no processo de desenvolvimento/aprimoramento da CoInfo, são habilidades alinhadas com o pensamento crítico do sujeito, visto que enfocam na “beleza” do despertar dele sobre sua compreensão e intervenção como sujeito histórico e social.

No percurso da vida, dinâmica imperfeita, onde não somos seres moldados e sempre há transformação, todos os conhecimentos, as habilidades, as atitudes e os valores relacionados ao uso crítico e ético da informação, independente da dimensão que se “enquadram”, são necessários para um sujeito compreender e encarar o mundo e isso é transformação social.

6. Considerações finais

A análise das 8 iniciativas referentes ao ODS 4 - Educação de Qualidade da SDG do Library Map of the World da IFLA nos mostraram que a CoInfo e a Mediação da Informação como Ações Críticas de Interferência são significativas quando promovem a transformação social a partir de atividades formativas educacionais estruturadas com base na cultura dos sujeitos.

Na transformação social, o desenvolvimento do pensamento crítico, muitas vezes, pode iniciar-se pela dimensão técnica da CoInfo: as histórias analisadas do LMWda IFLA nos mostram que ensinar um sujeito a ligar um computador ou mexer em um celular e em seus recursos e buscar por informações em fontes confiáveis, o “desperta” para um mundo que para ele era desconhecido. Esse “despertar” é crítico, pois ampliou seus conhecimentos e sua visão de mundo. Em algumas situações, renegar a necessidade de se abordar a dimensão técnica da CoInfo, é renegar a cultura do sujeito e de seu protagonismo.

A discussão em pauta que, não cabe nos limites deste texto ser esgotada, nos mostrou que a CoInfo é uma ação de Mediação da Informação, pois pressupõe uma interferência crítica educacional para o desenvolvimento/aprimoramento de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores acerca do uso crítico da informação em relação ao universo informacional, digital e midiático para a transformação, a inclusão e a justiça cultural, social, informacional, cívica e laboral dos sujeitos.

Referências

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Notas del editor

La editora responsable por la publicación del presente artículo es María Gladys Ceretta.

 

Nota de contribución autoral

Todo o trabalho foi realizado 100% pela autora.